Prós e Contras

Mais uma vez passei a minha noite de segunda-feira a ver o Prós e Contras. Esta semana o tema em debate foi o novo referendo sobre o aborto. Depois de ver o programa só me apetece escrever aqui duas coisas.
1º- Se alguém vir a Zita Seabra por Lisboa, por favor passem-lhe com um carro por cima.

2º- Desta vez vamos todos votar e incentivar os que nos rodeiem a fazer o mesmo, para acabar a hipocrisia que existe sobre este assunto no nosso país.

Pedaços...

Quando tento arrumar o meu escritório e pego nas pilhas de papéis que vou amontoando, acabo sempre por encontrar alguns que recordam instantes que vivi.
É bom reviver o tempo em que os escrevemos e saborear as lembranças dos sentimentos esquecidos algures no que já passou.
A nossa vida é feita de pequenos pedaços, que vão ficando espalhados por onde, e por quem passamos.
Nesse baú de recordações que abri hoje, li isto:

"...
Eu própria muitas vezes escrevo
nas folhas onde o meu pensamento erro.
Tentando por no papel o que vivo,
e imaginando ouvir o que tanto quero.
...
Abre-o, escreve, risca e desenha
tudo aquilo que esteja escondido,
e um dia, ao lê-lo, talvez venha
a lembrança de um tempo perdido
..."

Escrevi estas linhas há doze anos, dedicadas a alguém muito especial, quer na altura quer hoje. Não sei se com ela a minha intenção resultou, mas eu, passados este anos todos, dei comigo a recordar o dia em que escrevi isto e muitas das histórias que partilhamos juntas naquela altura.
Hoje este blog vai ocupando o lugar das folhas soltas que escrevia.

Tenho medo de perder, no futuro, o prazer que é encontrar, sem querer, pedaços de papel da vida que hoje vivo e sinto. Sim, porque acima de tudo, a vida sente-se...

Este post bem como a música são dedicados a essa pessoa, com quem dividi tantos pedaços meus, alguns bem difíceis e que nunca esquecerei.

Longe ou perto, nunca deixarás de ser a minha Amiga especial, és demais miúda.

Sei que não somos muito destas cenas lamechas, mas hoje deu-me para isto.

Grandes Portugueses

Depois de ter estado a ver o debate sobre os grandes portugueses na RTP1 com a Maria Elisa numa coisa fiquei esclarecida: a apresentadora portuguesa mais mal vestida que vi nos últimos tempos, foi a dita senhora. Ela não estava lá fora num país qualquer? Recambiem a mulher, pois deve ter esquecido o que significava isenção e estar em directo. Por outro lado o RAP esteve em grande, apesar das várias provocações de que foi alvo por parte da mesma senhora.
A ideia do programa é interessante, bem como ver as diferentes escolhas dos portugueses.
Não deixa de ser estranha a mistura de personalidades e a comparação entre áreas tão distintas. Mas é giro ver quão diferentes são os critérios das pessoas para escolher os tais grandes. Principalmente pelo facto de os considerarmos grandes sem os conhecermos pessoalmente, se isso acontece como conseguimos saber se aquela pessoa é realmente grande ou não.
Será que as pessoas são grandes apenas pelos seus feitos independentemente do que são como pessoas? Fica a questão...

Lasanha voadora

A Arte de tirar uma lasanha do forno sem nos queimarmos e ela nos cair para o chão foi algo que não tive hoje. Pois acabei com as minhas calças cheias de lasanha, com o chão da cozinha bem alimentado e eu sem jantar.

Quando isto acontece e já não é a primeira vez, como diz o outro: "fico chateada, é claro que fico chateada".
Há dias assim...

O cliente tem sempre razão

Não é fácil levarmos esta frase à letra, mas com um suster de respiração de forma a contermos a enorme gargalhada pronta a explodir, lá se consegue e se faz a vontade ao cliente. Ainda se tenta explicar alguma coisa, mas com este tipo de pessoas não vale a pena. Depois é vê-los a deliciarem-se com aquilo que pensam que estão a beber e a olharem para nós com ar de quem é muito batido nas nights.
Ficam aqui apenas duas, das inúmeras situações dos tais experts em bebidas, com que tenho que levar.

-Queria uma Cuba Livre sem Coca-Cola, por favor.
-Então quer um Rum?
-Não, preferia uma Cuba, mas sem cola.
-Ok, é para já.


-Arranjava-me um Gin tónico com laranja?
-Como?
-Gin Tónico, mas com laranja.
-Mas com água tónica e sumo de laranja?
-Não, o gin tónico simples e depois ponha sumo de laranja.
-Ok. Tem preferência pela marca?
-Gin Tónico.
-Ok.

Dúvidas

Às vezes damos connosco com vontade de dar uma volta de 180º na nossa vida. Acho que estou a passar uma fase dessas. Falta-me saber é se vou ou não com essa vontade por diante. Muitas vezes a preguiça e a falta de coragem impedem-nos de dar certos passos, e o medo de trocar o certo pelo incerto, também não ajuda.
Talvez por isso não tenho escrito nestes últimos dias, pois tenho a minha cabeça às voltas, sem saber bem para que lado quero ir.
Era tão bom se soubéssemos sempre que direcção seguir em cada encruzilhada que a vida nos apresenta, e o pior é que muitas vezes somos nós próprios a criar essas mesmas encruzilhadas. Sabemos criá-las, mas resolve-las não.
Decididamente, estou mesmo confusa...
Costuma dizer-se que o tempo é o melhor conselheiro, quem sabe... Por outro lado não me parece lógico que, a cada momento, não consigamos saber o que é melhor para nós.
Talvez seja difícil de aceitar, quando o caminho certo é o mais complicado ou quando vamos interferir com outras vidas.
Dúvidas e mais dúvidas e medo das possíveis certezas...
Ok! Não vou continuar com este post que ainda me baralha mais, vou antes fumar um cigarro, que pelo menos nele tenho uma certeza, faz-me mesmo mal. :)

Olá amor

Haverá melhor coisa do que telefonarmos ao nosso pai e mal ele atende o telefone ouvirmos do outro lado um "olá amor"?
Foi o que me aconteceu hoje, e aquela pequena frase, apesar de não ser novidade para mim, pintou um sorriso no meu rosto que não consegui disfarçar, durante todo o dia.
Depois de ter falado com o meu pai, saí de casa para ir às compras e dei com o meu carro todo riscado. Talvez fosse o suficiente para andar mal disposta o dia inteiro, mas hoje não.
Há dias assim, feitos de pequenas grandes coisas, que nos fazem felizes e imunes a qualquer mal que nos aconteça.
Pai, adoro-te!

Disto já não se faz

O tigre e a Neve

Ando a ver se ponho em dia alguns filmes, que queria ter visto quando saíram, mas por uma razão ou outra, acabei por não o fazer. Um deles foi o que vi ontem: O tigre e a Neve do Roberto Benigni.
Tinha adorado o A vida é bela, e este, apesar de não ser uma novidade, pois vai na mesma linha do primeiro, mais uma vez, é um filme que pega num sentimento que insistimos em complicar e decompõe-o de uma forma simples que chega a ser desconcertante.
Misturando humor com amor, comove pela forma heróica, como a guerra pessoal de um homem se sobrepõe à guerra real dos homens. No fim vence o Amor, como não poderia deixar de ser, mas a força necessária para essa vitória e a forma como é alcançada são deliciosas.
Normalmente não gosto de comédias românticas, mas este filme, apesar de rotulado como desse género, é muito mais do que isso.
Senti exactamente o mesmo quando fui ver a Arte com o Miguel Guilherme, António Feio e o José Pedro Gomes. Também nesta peça de teatro bestial, uma comédia inteligente disfarça todas a contradições da natureza humana, pondo-nos a pensar em tanta coisa, para além das gargalhadas à volta de um simples quadro branco.
Há uma parte dessa peça, dita de uma forma impar pelo Miguel Guilherme, que nunca esqueci:
"Se eu sou eu porque eu sou eu, e tu és tu porque tu és tu, então eu sou eu e tu és tu. Mas se eu sou eu porque tu és tu, e tu és tu porque eu sou eu, então nem eu sou eu nem tu és tu?
Esta citação foi brindada com montes de gargalhadas no Villaret. Ao mesmo tempo em que as ouvia pensava se teria sido a única pessoa a perceber o seu verdadeiro significado, talvez por isso a tenha memorizado automaticamente
É assim que gosto de ser surpreendida, por coisas simples, mas que no fundo são ricas em conteúdo, cabendo a cada um de nós saber ou ter a sensibilidade para lhes retirar o seu todo...
O tigre e a Neve não tem pretensões de ser um filme complexo com um argumento inovador, apenas uma doce e bela história de amor, que nos mostra como, quando estamos apaixonados, conseguimos mover mundos, sem sequer pensarmos nas dificuldades que temos que ultrapassar para o conseguir.
Já que estou numa de citações, como dizia Nietzsche," Não há factos, apenas interpretações", se calhar por isso adorei e recomendo este filme.
Porra, acho que hoje estou romântica, por isso é melhor ficar por aqui... Foi do filme :)))

Cá vou "blogando"

Quando comecei este Blog nunca pensei que ele durasse muito, pois não sabia até que ponto iria ter vontade de estar aqui a escrever quase todos os dias. A verdade é que já o faço há quase cinco meses. Sinceramente nunca pensei...
Para além de me ter habituado a escrever regularmente, através deste Blog, tomei contacto com outras escritas, com características próprias, com formas de pensar diferentes, muitas delas bem interessantes.
Ao contrário dos livros em que temos que levar com o mesmo da primeira à última página, e só no final tiramos as conclusões. Nos Blogs, cada post é uma pequena página solta com personalidade própria, contribuindo para uma história que se lê e escreve aos poucos e na qual as conclusões são tiradas a cada dia, conforme o estado de espírito de quem os escreve ou lê.
Resumindo, estou a gostar e por isso penso que o Coisas de Lambda vai continuar a guardar bocadinhos da minha vida e do que vou pensando.

Noites de sábado

Começo a ficar assustada com estas noites de sábado. É que de cada vez que resolvemos sair da nossa terrinha aventurando-nos pelas noites de outras cidades a noite de sábado acaba por durar quase até à tarde de domingo.
Desta vez a escolha foi o tão falado Lux em Lisboa. Chegamos lá por voltas das quatro da manhã e saímos já de manhã, o ambiente é fixe, a música também e principalmente o facto de estar de uma discoteca em que as pessoas se podem mexer sem terem que se esfregar umas nas outras.
Faltaram as canções da Tá durante a viagem de regresso, mas estava cansada demais e adormeceu.
Como estava ainda bem acordada e faltavam cinco minutos para abrir, aproveitei ainda para ir ao Continente, antes de ir para casa. Digo-vos que é uma boa hora para ir ao Continente, não há filas, o estacionamento está ainda vazio e os empregados ainda estão todos dispostos para nos aturar. Nunca pensei é que estivessem já lá pessoas à porta, à espera que ela se abrisse. Há gente que não deve bater bem.
Entrei em casa, olhei para as horas e já passava das dez, lindo... Bem, mas pelo menos desta vez não fui para a Fátima.
Espero que ninguém se lembre de um sábado destes arrancarmos para o Algarve, pois doidos como somos, qualquer dia, a noite de sábado acaba na segunda de manhã...

Coisas que não percebo

Porque vou acendendo aos poucos todas as televisões da casa quando só posso ver uma?
Porque ponho sempre o despertador se nunca me levanto quando ele toca?
Porque guardo jornais que nunca mais vou ler?
Porque compro sempre coisas que acabo por não comer?
Porque faço listas se depois não as cumpro?
Porque abro a minha caixa de correio aos domingos?
Porque insisto em arrumar o meu escritório se ele tem personalidade própria?
Porque ouço 10 vez seguidas a mesma música, quando gosto dela?
Porque só apago mails quando a capacidade da caixa está quase alcançada?
Porque acordo sempre depois do que devia?
Porque vejo o House, quando sei que acaba sempre da mesma maneira?
Porque acho que os meus peixes interagem comigo?
Porque ainda tenho o meu urso de criança?
Porque penso em deixar de fumar se no fundo gosto?
Porque só me lembro das calorias depois de acabar com um pacote de batatas fritas?
Porque escrevo coisas que nunca ninguém vai ler?
Porque nunca sei onde estaciono o carro?
Porque só me lembro de fazer o euromilhões na sexta-feira à noite?
Porque só me lembro de ir buscar os óculos, quando já me dói a cabeça?
Porque não gosto de queijo e gostava de gostar?
...
Porque insisto em perceber o que faço, se tantas vezes faço o que não percebo...

Gosto! E depois?

Fui acusada por um amigo de pseudo-intelectual por ter postado aqui música clássica. Segundo ele, ninguém gosta de música clássica, apenas fica bem dizer-se que se gosta e conhece.
Quando lhe afirmei que também gostava de certas áreas de opera, as gargalhadas foram tantas, que resolvi terminar a discussão por ali, pois gosto muito dele e insistir numa discussão daquelas, não iria levar a lado nenhum.
Eu não sou nenhuma expert na matéria, nem é esse o meu propósito, porém há composições divinais das quais gosto muito e não é com nenhuma intenção que o assumo. Aliás não gosto de música clássica, nem de qualquer outro estilo musical em particular. Gosto sim de certas músicas, de diversos géneros, entre os quais o clássico, e dentro deste, muitas.
Também por defeito de profissão opte sempre por coisas alternativas ao que tenho que ouvir e gramar todos os dias.
Hoje estará muito mais in dizer-se que se gosta chillout, funk, lounge, electric jazz ou R&B, mas apenas se conhecem os géneros musicais pois perante a pergunta de um grupo dentro do estilo referido a conversa descamba e subtilmente referem-nos mais um estilo que ninguém conhece mas que é sempre muito bom.
Cada vez mais se fala de DJ´s e não de compositores ou bandas, denotando a existência efémera dos grupos de hoje.
De uma coisa tenho certeza, todos estes estilos passarão e a clássica será eterna, talvez por serem obras primas.
Por isso, e especialmente para o meu amigo João, aqui fica umas das áreas de ópera que mais gosto.
E já agora João, faz-me um favor. Ouve-a do início até ao final de olhos bem fechados, se nem um arrepiozinho sentires, eu prometo que nunca mais te chateio com isto.

Suicídio

Só pensamos no suicídio quando ele acontece perto de nós. Foi o que se passou ontem, quando me contaram que uma pessoa que eu conhecia o tinha feito.
Apesar de me chocar, não consigo deixar de pensar que, perante tudo o que nos rodeia, é um desistir e um baixar de braços que revela uma fraqueza. Porém, perante algo tão radical e definitivo, penso que o respeito pela decisão de quem a tomou, deve prevalecer perante a pena e a lástima, que o incómodo que nos causa, nos faz sentir.
É óbvio que sou contra, pois penso que há sempre algo mais que podemos fazer. Para além disso, lembro os que já partiram e que davam tudo para continuar entre nós, mas o respeito pela vontade de quem escolheu acabar assim deve ser mantido.
No fundo são escolhas, talvez diferentes das nossas, mas que não podemos julgar.
Não vou deixar que isto apague o sorriso e o olhar cheio de vida com que sempre a conheci...

Guilherme

Neste fim-de-semana finalmente conheci o Guilherme que é lindo de morrer e como tal apaixonei-me à primeira vista. Ele também deve ter gostado de mim, pois bastou termos estado colados um ao outro por uns minutos para ele me desapertar toda a minha blusa, contribuindo para a animação da festa. Andamos um bom bocado a passear, até que ele acabou por adormecer.
Adorei as suas manifestações enquanto o baptizavam. Gajo que é gajo tem sempre uma palavra a dizer, e como o Guilherme ainda não sabe nenhuma, inventou-as.
Não consigo tirar aqueles olhos, nem o sorriso bem disposto que tinha, da minha cabeça.
Parabéns Sandra o teu filho é lindo.

Entre a vida e a Morte

Depois de algumas horas a inventar, a barrinha que tanto queria apareceu no meu Blog. Quis por aqui música e, não percebendo grande coisa disto, é claro que só fiz merda.

A ideia de me ter aventurado a mexer no template não foi muito boa, principalmente porque não percebo nada de html. Por momentos pensei que o coisasdelambda tinha ido desta para melhor.

Confesso que estive quase a entrar em pânico porque desconfigurei isto tudo, mas como diz a minha mãe "a cabeça não foi só feita para deixar crescer o cabelo" e depois de muito esforço lá consegui recuperar e recompor as coisas.

De certeza que os mais experientes se vão rir deste post, mas lembro que ainda sou uma beguinner nestas coisas de Blogs.

No final, e como tudo que complicamos, apercebi-me que era facílimo, não tendo nada a ver com o que estava a fazer. De qualquer forma penso que valeu a pena e a partir de hoje isto vai ficar mais interessante.

Não garanto a qualidade dos meus gostos musicais, mas, paciência, são os meus... Desta forma também só ouve quem quer.

Para assinar este momento tive que escolher strauss, é que isto aqui foi mesmo uma odisseia :)