Olá e ponto

Acabo de estacionar o carro, passa por mim a namorada de um amigo meu, da qual nem tão pouco sei o nome.
-Olá, tudo bem?
-Olá, tudo bom?
Uns metros à frente um antigo colega que não via há anos. A cena repete-se:
-Olá, estás boa?
-Olá, tudo bem?
Mesmo quando estava a abrir a porta do bar mais uma vez as duas famosas frases. Desta vez era o marroquino das rosas que também começava a sua noite de trabalho.
Porque será que insistimos em "tudo bem" e "tudo bom" se a nossa intenção é apenas cumprimentar alguém com a qual não temos qualquer intimidade? Não estamos à espera de nenhuma resposta, nem tão pouco iremos dizer que não estamos bem, se esse for o caso. Podem ser Coisas de Lambda, mas não seria mais lógico voltarmos ao "Boa Noite" ou ao "Olá" sem sufixos hipócritas? Porque se virmos bem, os tais sufixos só têm lógica com as pessoas que gostamos e queremos realmente ouvir e decididamente o marroquino não era uma delas.

Os fios do Speedy

Hoje estive a mudar de sítio o Speedy (o meu computador). Desde que transferi o meu escritório para o sotão ainda não tinha arrumado bem certas coisas. E eis que uma vontade incontrolável de organizar se apoderou de mim. Pus mãos à obra e toca a desligar fichas e extensões eléctricas e foi nesse momento que me vieram certas Coisas de Lambda à cabeça.
Ainda me lembro que em casa da minha avó havia uma tomada eléctrica em cada divisão. A maior parte delas acabavam por estar vazias, pois nesse tempo poucas eram as coisas que se ligavam às tomadas. O rádio era a pilhas, os candeeiros estavam no tecto, o aquecedor era o único que alternava entre a tomada da sala e a do quarto, onde tantas vezes adormeci ao som das histórias da minha avó.
Hoje qualquer um de nós tem mais fichas do que tomadas. Temos tomadas com triplas, com extensões e com mais triplas em cima dessas mesmas extensões.
A vida acaba por ser como os emaranhados fios do Speedy , por mais que tente organiza-los, passados uns dias voltam sempre ao mesmo. Às vezes já nem sabemos quais são as extensões que realmente nos alimentam, nem tão pouco as que estão prestes a entrar em curto--circuito. Ligamos e desligamos os fios dos nossos sentimentos, das nossas amizades, dos nossos amores e no final acabamos presos nos seus nós.
Agora, percebo porque é que a minha avó nunca trocou o velho rádio a pilhas.

Quem bloga por último bloga melhor...

Pois é, mais cedo ou mais tarde acabamos por nos render às novidades. No meu caso é sempre quando deixam de o ser. Agora que já todos desistiram dos Blogs e estão mais atentos aos HI-5 e aos Msn, quando a moda já são os Fotologs, eis que nasce o meu.
Coisas de Lambda foi a escolha para o título.
Coisas, porque é das palavra mais tolerantes que conheço. Ou seja será a palavra que nunca me trairá em nada que eu aqui postar.
Lambda, porque foi sempre como assinei o que escrevia nas tais folhas que, ao longo da minha vida, amontoei numa pasta que vou abrindo em momentos que me apetece rir um pouco.
Escolhido o título e depois de algumas configurações iniciais, aqui estou eu com um Blog novinho em folha e pronto para ser fecundado com meus pensamentos mais íntimos.
A ver vamos se terá pernas para andar. E como poderia dizer o ditado: Quem bloga por último bloga melhor....