Coisas de Lambda

Pensamentos, desabafos, desatinos e outras Coisas...de Lambda . email:coisasdelambda@clix.pt

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Alguém um dia me disse: " Eu acho que sobre ti há tudo mais para dizer, do nada que em tudo falta, na falta que há de viver."

30 setembro 2006

Sim Sr. Dr.

As aulas do ensino superior já começaram e com o seu início voltam a esta cidade milhares de estudantes ávidos de boas noites de copos e boémia. Começa também o tempo das praxes e, se quando andei a estudar aderi a elas, hoje, e com as cenas que vejo pela cidade, cada vez menos as compreendo.
Dei, apanhei e assisti a muito boas praxes enquanto estudava, mas nessa altura o autoritarismo e berros não eram uma prática comum. A criatividade e originalidade das brincadeiras acabavam por criar laços para futuras grandes amizades.
Durante esta semana várias vezes me cruzei, pelas ruas, com veteranos aos berros, quais nazis à frente de um grupo de judeus. Parece-me um comportamento infantil e revelador de uma total falta de imaginação, que não existia no meu tempo.
A prepotência com que alunos mais velhos falam com os pobres caloiros só pode ser sinónimo de ignorância do que é a praxe ou talvez a falta de controlo e consequente extravasar das próprias frustrações pessoais.
E é assim que, aos poucos, vai-se estragando mais uma saudável tradição portuguesa ...

28 setembro 2006

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Livrinho da Avó Mila

Hoje dei comigo a desfolhar um livrinho que era da minha avó e que ela tinha desde pequena. Chama-se : Creio em Deus.
É um livro do tamanho da palma da mão e com apenas trinta e duas páginas é, se é que assim se pode chamar, um manual do bom cristão.
Li coisas fabulosas, principalmente no capítulo das "Fórmulas Doutrinais".
Fiquei a saber que há três tipos de pecados: os pecados capitais, os pecados contra o espírito santo e os pecados que bradam ao céu.
Os pecados que bradam ao céu, tal como estão descritos no livro são:
1º-Homicídio voluntário;
2º-Pecado sensual contra a natureza;
3º-Opressão dos pobres, principalmente órfãos e viúvas;
4º Não pagar o salário a quem trabalha.
Isto daria linhas e linhas neste post mas deixo à consideração de quem o ler, principalmente a parte do segundo pecado.
Para além dos pecados descritos acima, aprendi que os "Inimigos da alma" são três:
1º- Mundo
2º- Demónio
3º- Carne.
Mais umas valentes linhas se poderiam escrever sobre isto...
Para terminar fiquei a saber as diferentes orações que todos os católicos devem fazer e quando as devem fazer. São seis diferentes e para fazer da seguinte forma:
Uma para fazer de manhã,
Outra de manhã, ao meio-dia e à noite,
Outra para fazer à noite,
Outra para fazer às segundas, quintas e nos domingos do advento até à quaresma
Outra para fazer às terças, sextas de todo o ano e nos domingos da Quaresma
Outra ainda para fazer às quartas, sábados e nos domingos desde a Páscoa até o Advento.
Resumindo, afinal isto é muito mais complicado do que pensamos. É quase preciso tirar um curso, para encaixar tantas regras, orações e leis de Deus, mas como diz o livro: "todos temos que nos genuflectir perante Deus."
Sim, também se aprende palavras novas, ou talvez velhas demais para que as conheçamos.
Enfim, perante o conhecimento que o mundo passa a ser o meu primeiro inimigo, não sei bem o que faça...
De qualquer forma estou feita, porque ao que me ri ao ler esta preciosidade, de certeza que já não vou para o céu.
Como diz o meu amigo Bebé: "mais vale ir para o inferno que assim encontramos todo o pessoal conhecido."

25 setembro 2006

Ramadão

Começou o Ramadão e durante este mês, os fiéis islâmicos não podem beber, comer, fumar ou ter relações sexuais desde o nascer ao pôr-do-sol.
Cheira-me que vão andar por aí muitos muçulmanos a dormir em pé. Porque se comerem, beberem, aproveitarem para dar uma e depois fumarem um cigarrinho, desde que seja depois do pôr e antes do nascer do sol, "tá-se" bem.
Resumindo, Ramadão igual a menos horas de sono...

23 setembro 2006

Carpe Diem

Carpe Diem, disse o meu "amigo" Pelicano. Gostava de saber qual o segredo para o fazermos sem cair nas amarras desta sociedade estúpida e oca que nos rodeia. Por mais vontade que tenhamos de levar por diante os ensinamentos do professor, acabamos sempre condicionados por todo um conjunto de regras que não nos diz nada, mas que nos limitam e condicionam.
Se pensarmos bem, são mesmo muito poucas as alturas em que podemos levar à letra o Carpe Diem.
Esta expressão do latim significa "colha o Dia" na perspectiva de aproveitar o dia. Se pensar que hoje tive uma inundação em casa e fui autuada no meu bar numa coima que pode ir de 500 a 3800 Euros, por ter vendido um shot a uma moça que jurava a pés juntos ter 16 anos...
Vou dedicar as próximas horas a encontrar qual o proveito que posso tirar do dia de hoje...

22 setembro 2006

Saudades

Há alturas em que tenho saudades de mim própria.
Tento procurar na memória os sonhos esquecidos, bem como os planos adiados e já não sei quais eram.
Olho para mim e não me reconheço.
Lembro-me de há muitos anos pensar, que um dia, quando fosse grande, ia fazer isto ou aquilo.
Não me lembro do que era isto ou aquilo...
Se calhar até eram coisas que já fiz,
se calhar perderam a importância,
se calhar, simplesmente, já não me lembro delas.
Tenho saudades do tempo em que pensava mais no futuro do que no presente.
Aos poucos, parece que vou deixando apagar o passado, por um presente que não sonhei...
Decididamente, tenho saudades minhas...

20 setembro 2006

Prova de amor

Há coisas que batem cá dentro e não se podem explicar por palavras. Foi o que senti hoje ao ver este vídeo...

19 setembro 2006

Vírus

Depois de alguns dias de sobressalto, aqui estou eu novamente. Isto de ter vírus no computador não é nada agradável. Principalmente quando as fotos das férias, dos anos, do casamento do mano e muitas outras só estavam no PC.
Coitadinho do meu Speedy, acho q nunca levou com tantas coisas horríveis dentro dele. Eles eram spywares, trojans, adware e cada um com o nome mais complicado do que a outro. E tudo isto por causa de um keygen para o Corel. Mas o Speedy já está como novo e as fotos recuperadas. Nada como uns dias de dedicação e muita paciência.
Agora a tarefa é fazer backups, para que não me dê outro ataque de nervos se isto voltar a acontecer.

12 setembro 2006

11 de Setembro 2001

Depois de tantos e diferentes documentários, filmes e reportagens que vi nestes dias sobre o 11 de Setembro ainda fiquei mais baralhada com o que se passou.
Só numa coisa, todos são unânimes: A grandiosidade dos milhares de voluntários, bombeiros, policias, paramédicos e pessoas sem nome que trabalharam dias a fio após o desmoronar das torres.
E isso de alguma forma faz-me acreditar novamente na humanidade...

11 setembro 2006

Da Estação ao Santuário

Ontem foi o meu primeiro dia de trabalho e a tristeza de pensar que ainda falta um ano para o próximo verão, não me larga.
Como ainda ando na onda espanhola, ficar por Leiria num sábado à noite, era uma ideia que não constava nos meus planos. Depois da Cá e a Tá (alcunhas que passaram a ter no meu Blog) alinharem em sairmos daqui, consideramos as diversas hipóteses, bem como as distâncias quiilométricas.
Lisboa, Porto, Foz do Arelho, Pombal ou Aveiro, eram os locais a considerar. Acabamos por escolher Aveiro e a tão falada Estação da Luz e lá partimos à descoberta da noite de Aveiro.
Chegamos por volta das 3.30, hora ideal para ir directamente à Estação. Depois de algumas informações dadas por pessoal que vinha do Mercado do Peixe (zona de bares em Aveiro) bem bebidos e logo bons informadores, encontramos a famosa Estação da Luz.
A discoteca é gira, com dois espaços separados e músicas diferentes. O ambiente é bom, principalmente para eles, visto que pela nossa avaliação, o lado masculino deixou muito a desejar...
Lá tive que beber dois sumos, pois quando conduzo, tenho que por a minha adorada vodka à parte. Enquanto isso a Cá e a Tá deliciavam-se com umas caipirinhas e gozavam com o meu belo Joi laranja. Ainda nos divertimos um bom bocado, principalmente com o Funky.
Quando a música se tornou impossível para os meus ouvidos, deixamos a famosa discoteca e rumamos a Espinho, para comer as famosas bolas de berlim da minha adolescência. Mas se calhar por o dia já ter nascido não me souberam tão bem.
Perante fazer 140kms para regressarmos a casa ou pedir abrigo ao meu pai, para algumas horas de sono, optamos pela segunda opção e dessa forma, também matava um pouco as saudades dele.
Entrar em casa foi complicado, pois havia festa na terra e o tapete que estava feito no meio da rua, desde a véspera, para a procissão que se realizava hoje, não me deixava chegar a casa.
Acabei por ter de deixar o carro estacionado na rua ao lado, nessa altura, apercebi-me que também não tinha levado as chaves de casa do meu pai, nem tão pouco o comando dos portões. Tudo a correr muito bem... A filhinha adorada a vir da noite às 7.00 da manhã e ainda ter que acordar o pai para entrar em casa.
Lá peguei no telemóvel e toca a acordar o papá, que nessa altura ainda devia estar nos mais belos sonhos e longe de me imaginar ali. Claro que primeiro demorou algum tempo a perceber o que se passava, mas depois mais desperto lá percebeu que eu não estava em Leiria, mas sim à porta de casa, à espera que ele a abrisse.
Deitamo-nos na esperança de descansar algumas horas e ir comer umas verdadeiras francesinhas do Porto ao almoço. Passadas nem duas horas, os pais da Cá telefonaram-lhe e disseram: "Filha, vamos a Fátima. Estamos a chegar a Leiria, vens ter connosco a Fátima ou vamos buscar-te a Leiria?" Tinham vindo de Ponte da Barca para ir a Fátima e estar com a Cá.
Quando ouvi o "Temos que voltar para Leiria já" ainda pensei que estava a sonhar, mas era mesmo verdade.
Lá viemos nós, outra vez, cheias de sono e com água na boca das belas francesinhas que não comemos. A viagem ainda custou um bocadinho, pois o calor e o sol, pareciam fazer troça das nossas poucas horas de cama. Valeram as canções da Tá para animar a viagem.
E é assim, que se começa uma bela noite de farra e se acaba ao meio dia em Fátima, rodeadas de peregrinos por todos os lados. De qualquer forma foi uma noite bem passada.
Miúdas, para a semana temos que repetir, mas sem peregrinações surpresa e para um destino diferente.

09 setembro 2006

Pela janela fora

Ora aqui está uma coisa que não se vê todos os dias: um apartamento do terceiro andar despejado pela janela.
Foi o espectáculo que tive quando saí de casa hoje. Graças a Deus o meu carro estava do outro lado da rua. Desde leitores de DVD a televisões, tudo aterrou na rua depois de um voo desde o terceiro andar. Nem as prateleiras ou mesas escaparam a este ataque de fúria de uma mulher.
O mais giro é que, se pensarmos bem, já houve um dia em que todos nós já tivemos vontade de fazer o mesmo, de atirar tudo pela janela...
Pois bem, hoje, houve alguém teve essa vontade e levou-a até ao fim...

06 setembro 2006

Buñol

Ora aqui está o prometido post sobre esta pequena, mas louca cidade espanhola. Buñol fica a cerca de 30 kms de Valência e as suas festas não se resumem à Tomatina, estas começaram a 18 de Agosto e só terminaram a 4 de Setembro. Porém a Tomatina acaba por ser a parte mais mediática das festas.
É uma cruzada de 48 horas em que ninguém dorme, quer na véspera, quer na noite que se segue à batalha de tomates. Na véspera todos os cafés e bares estão abertos toda a noite e a rua principal de Buñol transforma-se numa peregrinação de pessoas vindas de todo o mundo. Ao cimo temos uma zona de discotecas improvisadas num pinhal nas quais a animação está ao rubro até de manhã, fazendo com que todos aguentem até à hora da Tomatina.
Por volta das 10 horas da manhã há a distribuição de bolos e vinho pelos resistentes. Nada como um bom pequeno-almoço para este dia de loucos. Depois segue-se a subia a um pau de sebo onde é colocado um presunto.
Às 11 horas o som de um foguete dá início oficial à Tomatina. Seis camiões de Tomates começam a percorrer a rua principal, despejando 100 toneladas de tomates.
Esta tradição teve início nos anos 40 quando um grupo de jovens começou a atirar tomates uns aos outros. No ano seguinte repetiram a façanha e hoje deu no que deu. Durante a Tomatina a loucura é total, todos entram numa guerra desenfreada de tomates para um lado e para o outro. No meio desta guerra saltam t-shirts, chinelos, óculos e tudo mais. No meio da euforia até t-shirts e sutiens de raparigas voavam de um lado para o outro.
Depois dos camiões passarem ficava a guerra da polpa, o que até acabava por ser mais divertido. Passada uma hora, um segundo foguete termina com a Tomatina, mas a polpa e a alegria continua por mais hora e meia.
Num ápice os bombeiros e as mangueiras das casas limpam toda a rua de uma forma tão rápida que só visto. Quem chegar a Buñol passado 2 horas não acredita no que se passou naquelas ruas.
Após toda esta loucura segue-se a "siesta popular" para recuperar forças, pois à noite os festejos continuam.
Às 3.00h da manhã uma nova batalha, desta vez com petardos, que atiram uns aos outros, algo que nunca tinha visto. Claro que nesta altura aqui a je já estava a sete pés desse lugar. Às 4.00h da manhã, quando a vossa amiga se preparava para ir dormir, começa a ver toda a gente a chegar novamente à praça, com cadeiras e mesas debaixo dos braços. Era o concurso de Mojetes, começaram a fazer fogueiras no chão e a preparar um cozinhado típico, que depois seria avaliado por um juri.
Eram já 6 da manha, quando eu na cama ouvia, aos berros nos megafones da praça central, os resultados do tal concurso... Grandes malucos!!!
As festas continuaram pelo dia fora, mas a isso já não assisti pois arranquei para Valência.
Quem sabe para o ano cumpra o programa completo. Só me apetece dizer: Grandes Malucos!!!

Para ver mais:

http://www.latomatina.es/index.php?option=com_content&task=view&id=14&Itemid=42
ou
http://www.trissc.com/Tom11.wmv

Voltei... snif snif

Após uma semana, estou de regresso a casa. Tentar passar para este Blog tudo o que vivi durante esta viagem é completamente impossível, principalmente no que se refere à Tomatina propriamente dita. Por isso vou fazer um breve resumo.
A nossa primeira paragem foi em Cáceres, onde o meu amigo Bebé, ficou bastante contente com a aparente retirada de saias do mercado. Nesta cidade apenas é permitido o uso de micro minissaias, na falta destas o uso de shorts justos e minúsculos é permitido.
Chegamos a Cáceres por volta das 23h e não foi difícil seguir o pessoal que andava pelas ruas de sacos com bebidas dentro, para encontrarmos o local onde tudo se passava na noite: O famoso Botellón com uma disco enorme ao lado.
Depois de uma noite divertida e umas horas mal dormidas no carro, arrancamos para Toledo e eis que tenho uma surpresa fantástica. Toledo é uma cidade lindíssima, onde tudo está limpo e bem conservado. Talvez a mais linda em que estive até hoje.
Damos com a história de Toledo ao virar de cada esquina, pois os monumentos multiplicam-se, de forma a que não sabemos onde começa nem onde acaba o seu centro. Talvez por isso tenhamos andado a caminhar horas pelas suas vielas sem saber onde tínhamos deixado o carro.
Passear por Toledo é cruzarmo-nos com Dom Quixote, com o Tajo, com a história de Espanha e com séculos e séculos passados. Sentimo-nos a entrar em cada um deles por percorrer as mesmas vielas e olhar as mesmas pedras milenares.
Depois de dois dias em Toledo arrancamos para Buñol. Buñol é uma cidade pequena com cerca de 10000 habitantes que quadruplica nesta altura das festas. Descrever o que se passa em Buñol durante estes dias é complicado mas vou tentar faze-lo num outro post.
Após três dias em Buñol chegamos a Valência.
La Movida de Valência é um espectáculo com diferentes zonas e cada uma delas com o seu estilo. Passeamos por algumas como El Carmen, Canóvas e Paseo Neptuno e vale mesmo a pena...
Valência é uma cidade brutal onde os monumentos históricos aparecem paredes meias com o que de mais moderno existe. A arte está presente em tudo nesta cidade futurista. Considerada por muitos a cidade das ciências e das artes.
Como se toda a sua beleza não bastasse, ainda pudemos encontrar o Mediterrâneo, que com a sua água a 30 graus foi um sonho. Ainda passei umas belas horas dentro dele, horas essas que me valeram uma valente constipação, que ainda estou a curar. Num tempo em que todos falam da gripe asiática eu trago uma constipação mediterrânica...
Esta semana fez-me rever a forma como olhava para os espanhois, pois no fundo eles é que a sabem toda. São simpáticos, ao contrário do que estava habituada, e querem é estar de bem com a vida, para o que a siesta deve ter um importante contributo.
Depois de toda esta loucura, eis que me encontro de regresso a este cantinho à beira mar plantado que é o nosso país. Onde toda a gente só olha para o próprio umbigo e dizer olá a um desconhecido é quase uma ofensa.
Quero voltar para Espanha. Estou seriamente a pensar em pedir asilo político...