Espectáculo mórbido
No final da minha rua, em Novembro de 2005, foi atropelado um miúdo de 11 anos na passadeira, o qual acabou por morrer. Na altura os pais colocaram uma cartolina a demonstrar a sua revolta e uma vela que mantinham sempre acesa.
Passados uns dias juntaram ramos de flores e as velas multiplicaram-se, chegando mesmo a fazer de separador central entre as duas vias. A cartolina deu lugar a uma faixa enorme que atravessava a rua de um lado ao outro. Até manifestações houve no local.
Estamos em Junho de 2006, ou seja passaram oito meses e as flores e as velas continuam a decorar os dois sinais de trânsito. Dia após dia aparece mais um ramo ou uma coroa, até já bonequinhos de peluche lá vi. Eu e todos os não podem deixar de lá passar. Como se de todas essas vezes me quisessem lembrar que ali morreu uma pessoa. É um espectáculo mórbido do qual eu prescindo.
Imagino que a dor de perder um filho deva ser enorme, mas não serão os cemitérios os locais próprios para estas flores e velas? Será que vou ter que levar com este cenário todos os dias quando saio ou chego a casa? Se calhar sou insensível, mas isto começa a chatear-me...
Passados uns dias juntaram ramos de flores e as velas multiplicaram-se, chegando mesmo a fazer de separador central entre as duas vias. A cartolina deu lugar a uma faixa enorme que atravessava a rua de um lado ao outro. Até manifestações houve no local.
Estamos em Junho de 2006, ou seja passaram oito meses e as flores e as velas continuam a decorar os dois sinais de trânsito. Dia após dia aparece mais um ramo ou uma coroa, até já bonequinhos de peluche lá vi. Eu e todos os não podem deixar de lá passar. Como se de todas essas vezes me quisessem lembrar que ali morreu uma pessoa. É um espectáculo mórbido do qual eu prescindo.
Imagino que a dor de perder um filho deva ser enorme, mas não serão os cemitérios os locais próprios para estas flores e velas? Será que vou ter que levar com este cenário todos os dias quando saio ou chego a casa? Se calhar sou insensível, mas isto começa a chatear-me...
1 Comments:
Também lá tenho que passar às vezes e acho uma cena deprimente.
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